sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

5 anos



Todos que já fizeram entrevistas de emprego, certamente já receberam esta pergunta: "onde você se vê daqui 5 anos?".

Ela tem o seu propósito, embora muitos entrevistadores a façam apenas por protocolo. Para uma vaga de emprego, pode ser interessante que o candidato tenha planos de carreira bem definidos na cabeça. Às vezes avaliam a ambição. Enfim, existem vários fatores para serem avaliados com essa questão.

Mas não é o ponto deste texto.

Fiquei pensando agora em mudar um pouco a pergunta: "O que você planejava há 5 anos?".

Antes de se sentir mal por não ter alcançado a meta, será que não vale a pena pensar no que mudou nesses 5 anos?

As coisas acontecem ou não acontecem por seus motivos. Qual foi o aprendizado que ficou? O que mudou na percepção?





quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Esfihas



Uma vez, fiz um pedido no Habibs na empresa em que eu trabalhava. A promoção dizia que, se a entrega não fosse realizada em meia hora, não era necessário fazer o pagamento.

Era um dia de chuva.

Gostaria de pedir desculpas para o motoqueiro. Ele parecia bem chateado quando eu disse que não pagaria pelo pedido após os (não me lembro) 40 minutos de espera.

Lembrei desse fato de muitos anos atrás porque, na semana passada, fui muito xingado por um outro motoqueiro em uma avenida. Eu fui desviar de um buraco e atrapalhei a passagem dele no corredor entre as faixas. Buzina. Palavrões. Exposições de dedos médios.

Depois de me acalmar, fiquei pensando: a partir do momento em que eu tive aquela pressa ou ansiedade moderna de querer minhas esfihas em apenas meia hora, ajudei a criar os motoqueiros selvagens que se espalharam em São Paulo.

Nossos motoboys, tão odiados no trânsito caótico de São Paulo, são só uma consequência de querermos tudo para ontem.

A partir do momento em que nos estressamos porque queremos algo urgente, não podemos criticar o método de trabalho dos motoqueiros nos corredores entre faixas da cidade. Eles surgiram para servir à nossa ansiedade.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Só meia horinha

Uma amiga fazia uma pós-graduação na Inglaterra e destacou a pontualidade dos ingleses. Contou que uma vez, chegou 3 minutos atrasada na aula e o professor não a deixou entrar. Fechou a porta e disse:

— Aqui não é América Latina.

Muito rígido? Chato? Apenas um costume do local? Não vem ao caso aqui neste texto.

Fiquei só pensando no motivo pelo qual as pessoas atrasam. Independente da nacionalidade.

Salvo por algumas exceções, as pessoas atrasam simplesmente porque são atrasildas.

Não é por causa do trânsito, porque se perderam, porque moram muito longe e etc. Simplesmente porque raramente acordam, se levantam e/ou saem no horário certo.

Ainda preciso pensar mais nesse assunto. Qual é a natureza das pessoas atrasildas?

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Empatia sem rótulos



Fui procurar uma definição bem resumida de empatia.

Achei a seguinte bem satisfatória: "Empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo. (Fonte)".

Rogers incorporou este termo em sua abordagem psicoterápica: o terapeuta precisa se colocar no lugar do cliente e compreender como ele está se sentindo, para assim ter mais condições de ajudá-lo.

Saindo do ambiente de psicoterapia, imagine se todos fizessem um esforço para ser mais empáticos nas relações cotidianas.

Sem conhecer o feminismo, um homem saberia do constrangimento que é receber uma cantada e não mexeria com as mulheres na rua.

Sem estudar teologia ou sociologia, uma pessoa entenderia que outras foram catequizadas ou educadas com conceitos completamente diferentes.

Antes de tirar sarro de um obeso, o bullie imaginaria o que levou a pessoa a chegar naquele peso.

Em momentos difíceis ou discussões, um marido se colocar no lugar da esposa. Ou vice-versa. Um amigo se colocar no lugar do outro. Um motorista no lugar do outro.

Tem tantas situações que poderiam ser citadas que ia faltar blog para comportar.

O ponto que parei para pensar é: o quanto as relações interpessoais seriam melhores apenas com mais empatia?