quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Dia do Psicólogo atrasado.

Eu tinha escrito este texto para o meu outro blog. Acho que combina mais com este aqui.



Este Dia do Psicólogo tem um gosto especial para mim.

Uma data que marca o retorno oficial para a minha área de formação.

Confesso que estou com um enorme frio na barriga. Por um lado, sinto que é uma grande oportunidade de ser criativo de verdade para ajudar os meus futuros clientes.

Por outro, tenho medo de estar enferrujado e de ter perdido aquela percepção, empatia e sensibilidade com o discurso do outro.

No meio disso tudo, estou montando a sala do consultório, correndo atrás de papeladas e me preparando para um recomeço que é sempre muito difícil.

Enquanto minha vida publicitária ainda se arrastava, e meus pensamentos vinham sempre na mesma sequência: "será que é muita imprudência largar isso tudo?" e "eu sei fazer outra coisa, não sou obrigado a aturar isso", apareceu o texto deste link.

Lembrei de alguns professores da minha faculdade, em especial de um que era conhecido como "pit-bull". Desde aquela época, ele destacava a falta de noção de alguns psicólogos.

Esse link me fez pensar que a área ainda carece de profissionais e ajudou a decidir para a minha volta. Quero fazer o melhor trabalho que eu puder.

Estou de volta.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Certezas em geral

Se já estamos acostumados a reagir de uma determinada maneira a um estímulo, se aparecer outro semelhante, nossa reação pode ser a mesma. Em resumo: gato escaldado tem medo de água fria.

Uma explicação bem resumida, superficial e coloquial, apenas para este texto não se tornar "técnico".

A generalização é um importante processo de aprendizagem e de sobrevivência.

Algum de nossos antepassados que estava faminto, provavelmente dispensou o champignon ou shimeji ao ver um amigo morrer após comer um cogumelo venenoso.

Atualmente, os cogumelos comestíveis já são reconhecidos, mas o processo de generalização continua sendo um mecanismo necessário nas nossas vidas.

Mesmo assim, ele pode dar suas mancadas e nós temos que ficar espertos para isso não acontecer.

As redes sociais oferecem uma boa visualização de generalizações, digamos, precipitadas. Principalmente quando a generalização é relacionada a pessoas. 

Não vou citar exemplos aqui porque pode gerar um debate desnecessário, mas a cada generalização de pessoas dentro de um determinado grupo, amassamos e jogamos no lixo qualquer resquício de individualidade.

Traçamos um perfil único e temos a certeza de que todos inseridos naquele grupo pensam, agem e se comportam da mesma maneira.

Entramos em discussões intermináveis por não estarmos dispostos a ouvir o que outro tem a dizer, afinal, eles são todos iguais. Certeza!

Assim como muitas outras, a certeza vinda desse tipo de generalização raramente é devida. Já parou pra pensar nisso?

Falamos com muita certeza sobre assuntos que não conhecemos.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Cegos de contexto.

O conceito mais famoso e um dos mais interessantes da Psicologia da Gestalt é o de figura-fundo.

Ele proporciona uma reflexão interessante sobre a nossa visão de vida.

Resumindo: em cada uma das figuras acima, você tem pelo menos duas imagens para ver, dependendo do foco ou ponto de vista.

Assim como muitos fatos que acontecem no cotidiano.

Na imensa maioria das vezes, não temos a visão clara e completa dos acontecimentos.

Você vê ou o vaso, ou os rostos frente a frente. Assim como enxerga só o mau humor de alguma pessoa ou procura entender os motivos que a levaram a ficar tão mal humorada, por exemplo.

Mas, pra mim, o ponto mais interessante é a questão da escolha. Nossa atenção e percepção são seletivas.

Entre tantos acertos que fizemos, muitas vezes são os erros que surgem na cabeça e atrapalham o sono.

Mesmo depois de vários momentos bons, escolhemos focar nos ruins. É como a gota de óleo que estraga litros de água.

Em diversas ocasiões, nos fixamos no quanto um problema é difícil, em vez de usar o esforço para encontrar soluções.

Somos cegos de uma série de contextos em que os acontecimentos estão inseridos.

Para onde estamos olhando neste exato momento?







sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Mordendo a língua



Esses dias mordi a língua.

Não é força de expressão. Mordi literalmente.

Passei a ficar de olho em quais situações isso acontece.

Percebi que toda vez que mordo a língua eu estou almoçando só de "corpo presente", mas pensando em outra coisa. Nas contas para pagar, na reunião que vinha depois do almoço, na crise econômica, no lixo que não coloquei para fora, no status do Facebook, na tirinha do 9gag...

Qualquer coisa menos no sabor da comida.

NHAC!

A partir daí, pergunto: em que outras situações estamos deixando de dar atenção ao que realmente precisa dela?

No encontro com os amigos ou família, estamos fixados na tela do smartphone? O carro parou no semáforo e damos uma olhada no WhatsApp ou e-mail? Mesmo no volante e em movimento, lembramos de ligar para fulano e tem que ser naquela hora? O computador está carregando e começamos a jogar Candy Crush?

No meio do show, a banda começa a tocar sua música favorita. O que é mais importante? Curtir aquele momento ou gravar um vídeo com o áudio bem ruim, publicar no YouTube e ter uns 10 views?

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Preciso realmente postar isso?

Este texto não é um manual de etiqueta nas redes sociais como muitos que existem por aí. É apenas uma reflexão. Aliás, vale lembrar que na própria homepage do Facebook está escrito: “... você pode se conectar e compartilhar o que quiser com quem é importante na sua vida”, frase que torna todas as regras que muitos usuários criam e espalham por aí, inúteis. Quero propor agora outro ponto de vista: Qual a necessidade que temos de postar certos conteúdos? Qual a importância de mostrar para todos o quanto a sua vida é imensamente maravilhosa? Que o prato que você almoçou é delicioso? Ou que o seu relacionamento é o mais perfeito que existe? Ou de vencer uma longa discussão em comentários? Quais são nossas intenções e/ou objetivos? Todas essas perguntas levam a este vídeo.


Um amigo disse após assistir que “As pessoas não sabem lidar com a sinceridade”. Obviamente ele não entendeu a mensagem do vídeo. A sinceridade é realmente uma grande qualidade. A pergunta que deixo no ar é: qual a necessidade de ser sincero no Facebook?